segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Artificial x Orgânico

Na tarde de 31 de outubro de 2010 estando eu ocioso em minha residência, resolvi por assistir ao filme A.I. Inteligência Artificial, exibido na T.V. aberta. Quando finalmente consegui captar a essência do longa metragem, percebi o que Steven Spielberg tinha como intenção passar aos seus telespectadores. Mesmo a personagem principal da trama ser caracterizada pelo fato de ser um robô, a mesma possuia sentimentos, o que direcionou sua existência por uma eterna busca em se tornar humano. Após uma espera milenar, o garoto David chega a conclusão de que sua busca foi em vão, mas ganha a oportunidade de poder ficar junto de sua mãe por mais um dia, mesmo ciente de que jamais voltaria a ve-lá. Se analisarmos a sua escolha, concluiremos que a sua decisão foi acertada, porque mesmo que conseguisse tornar-se humano, não seria capaz de levar uma vida junto de uma família. As vezes, a eternidade pode parecer tentadora, tanto como ser mortal pode parecer conveniente, mas o que realmente importa é adquar-se a sua realidade, vivendo da melhor maneira que achar melhor. Se a raça humana adquirisse o dom da imortalidade, o mundo tornaria-se extremamente tedioso, uma vez que chegariamos a um ponto que teriamos vivenciado de tudo, colocando um fim aos nossos sentimentos, nos privando da curiosidade pelo desconhecido, do medo, da dúvida, da esperança e tantos outros, que outrora foram tão importantes em nosso desenvolvimento, impulsionando as grandes mentes na direção das grandes descobertas, tornando o sonho em realidade, o abstrato em concreto e o finito em infinito. Como já dizia Sócrates; "Chegamos a um ponto onde acreditamos que nada nem ningúem tem um fim, mas também chegará o dia onde aprenderemos que o pra sempre, sempre acaba". E foi exatamente isso que o garoto David aprendeu ao longo de sua existência. Optou por viver intensamente um único momento, renunciando a uma eternidade melancólica.

"Após adormecer, pela primeira vez em sua vida ele foi para o lugar onde nascem os sonhos"
Sidarta Gautama, fundador do Budismo

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