Na tarde de 31 de outubro de 2010 estando eu ocioso em minha residência, resolvi por assistir ao filme A.I. Inteligência Artificial, exibido na T.V. aberta. Quando finalmente consegui captar a essência do longa metragem, percebi o que Steven Spielberg tinha como intenção passar aos seus telespectadores. Mesmo a personagem principal da trama ser caracterizada pelo fato de ser um robô, a mesma possuia sentimentos, o que direcionou sua existência por uma eterna busca em se tornar humano. Após uma espera milenar, o garoto David chega a conclusão de que sua busca foi em vão, mas ganha a oportunidade de poder ficar junto de sua mãe por mais um dia, mesmo ciente de que jamais voltaria a ve-lá. Se analisarmos a sua escolha, concluiremos que a sua decisão foi acertada, porque mesmo que conseguisse tornar-se humano, não seria capaz de levar uma vida junto de uma família. As vezes, a eternidade pode parecer tentadora, tanto como ser mortal pode parecer conveniente, mas o que realmente importa é adquar-se a sua realidade, vivendo da melhor maneira que achar melhor. Se a raça humana adquirisse o dom da imortalidade, o mundo tornaria-se extremamente tedioso, uma vez que chegariamos a um ponto que teriamos vivenciado de tudo, colocando um fim aos nossos sentimentos, nos privando da curiosidade pelo desconhecido, do medo, da dúvida, da esperança e tantos outros, que outrora foram tão importantes em nosso desenvolvimento, impulsionando as grandes mentes na direção das grandes descobertas, tornando o sonho em realidade, o abstrato em concreto e o finito em infinito. Como já dizia Sócrates; "Chegamos a um ponto onde acreditamos que nada nem ningúem tem um fim, mas também chegará o dia onde aprenderemos que o pra sempre, sempre acaba". E foi exatamente isso que o garoto David aprendeu ao longo de sua existência. Optou por viver intensamente um único momento, renunciando a uma eternidade melancólica.
"Após adormecer, pela primeira vez em sua vida ele foi para o lugar onde nascem os sonhos"
Sidarta Gautama, fundador do Budismo
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