sexta-feira, 26 de novembro de 2010

"Drei Brasilianische Helden"

Em julho de 1944, o Brasil finalmente esboça uma real participação na 2° guerra mundial, enviando ao front de batalha pouco mais de vinte e cinco mil soldados, designados a combater nas trincheiras italianas.
Dentre os recrutas, haviam três soldados que mudariam o rumo e a sorte da FEB (Força Expedicionária Brasileira) durante o conflito, renovando as chances de vitória brasileira e adquirindo o respeito e reconhecimento até mesmo dos rivais nazistas.
Durante uma incursão brasileira em território inimigo, o 12° batalhão nazista realiza um brilhante deslocamento de suas tropas e acaba por cercar trinta de seis pracinhas que fariam a escolta dos mensageiros até cruzarem as linhas inimigas.
Impedidos de realizarem sua tarefa, acabam se refugiando em uma velha e desativada vinícola, dando ínicio a uma das mais sangrentas batalhas das quais estaria presente o contingênte da FEB.
Isolados de qualquer escolta ou patrulha para lhes auxiliar, resolveram circundar os vales do local, afim de escapar do inimigo, mas foram cercados pela divisão 103° airbone do general Hermann Fegelein, que prontamente ordenou aos três mensageiros a rendição e entrega do material que transportavam.
Decididos a defender e lutar pela posse da valiosa carga (a mesma continha cartas e objetos pessoais que foram enviados pelos familiares dos pracinhas), o trio combateu os alemães até ficarem sem munição, sendo capturados e executados posteriormente.
Admirado com a bravura e determinação dos três brasileiros, o comandante mandou enterrá-los em cova rasa, colocando sobre a mesma uma cruz e uma placa com a inscrição: "Drei brasilianische helden", que em bom português significa “três heróis brasileiros”.
Os combatentes Geraldo Baêta da Cruz, Arlindo Lúcio da Silva e Geraldo Rodrigues de Souza morreram como heróis em Montese (vilarejo italiano), dando suas vidas para defender as palavras de incentivo e conforto das familias brasileiras que possuíam parentes no conflito. Sacrificaram-se pelo alento que receberiam os soldados de seus entes mais próximos por meio daquelas cartas.
Informado sobre o conteúdo da missão do trio, o comandante gendarme enviou ao encontro do general brasileiro um de seus mensageiros munido de uma bandeira branca, uma mensagem que ele mesmo escreverá e todo o material que havia capturado durante o combate.
A carta continha os seguintes dizeres:
"Aos cuidados do supremo comandante desta força, transmito minha admiração e meus sinceros cumprimentos á bravura de seus homens, dos quais tive o prazer de estar em batalha contra três bravos soldados, sentindo na pele a maior dificuldade e enfrentamento do qual me deparei nesta guerra. Praticando um gesto de nobreza e honrando a memória dos fuzileiros, o alto comando do terceiro reich abre mão da posse do materia transportado e devolve a carga ao exército brasileiro.Informamos que os seus compatriotas mortos em batalha se encontram sepultados ao leste, próximo a um grande campo de feno.
Os cumprimentos de Hermann Fegelein, general de campo do esquadrão de paráquedistas da divisão 103° airbone.
Após quase nove meses de batalha e com um número aproximado de 475 baixas, os pracinhas brasileiros retornam a terra natal após participarem de quase 89 missões, triunfando na sua grande maioria.

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Canção dos Expedicionários
*
"Você sabe de onde eu venho
Venho do morro, do engenho
Do alto dos cafezais
Venho das praias sedosas
Das montanhas alterosas
Dos pampas, do seringal
Das margens crespas dos rios
Dos verdes mares bravios
Da minha terra natal
Na mira do meu fuzil
Nas asas do meu ideal
Eu carrego a glória do Brasil
Eu venho da minha terra
Da casa branca da serra
E do luar que ilumina o sertão
Ó minha terra querida
Da Senhora de Aparecida
E do Senhor do Bonfim
Venho do além desse monte
Que ainda azula o horizonte
Onde canta o sabiá
Venho do verde mais belo
Do mais dourado amarelo
Do azul mais cheio de luz
Cheio de estrelas azuis
Que se ajoelham deslumbradas
Fazendo o sinal-da-cruz
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Carregando em peito aberto
A marca que simboliza
A Vitória que virá"

Dedicado a todos os guerreiros que defenderam nossa pátria da opressão e tirania imposta pelos inimigos da liberdade.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A Sentença Que Condena Toda a Humanidade

Pena de morte. Um assunto que gera opiniões extremamente distintas. Os mais conservadores apoiam fervorosamente a idéia de que crimes hediondos devem ter a morte como punição. Já os mais liberais e adeptos do movimento humanista repudiam tal ato.
Enfim, se cadeira elétrica reabilitasse os seus infratores, todos os pais e mães iriam colocar os seus filhos de castigo sentados em uma. Todos podem errar, assim como todos podem se recuperar.

domingo, 21 de novembro de 2010

Surfista Calhorda

"Rap na caranga muito louca pra dar banda
Cheque na carteira recheada de baranga
Prancha importada assombrando a meninada
Corpo de atleta e rosto de Baby Johnson
É, mas quando entra na água
É, na primeira braçada
É, ele não vale uma naba
Ele não surfa nada, ele não surfa nada
Tem duas surf shops que só abrem ao meio-dia
Vive da herança milionária de uma tia
Vai pra Nova Iorque estudar advocacia
Ah surfista calhorda, vai surfar n'outra borda"

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Artista da Velocidade

"Quanto mais eu me esforço, mais eu me encontro. Eu estou sempre olhando um passo à frente, um mundo diferente para entrar, lugares onde eu nunca estive antes. É muito solitário pilotar num GP, porém muito cativante. Eu senti novas sensações e eu quero mais. Essa é a minha excitação, minha motivação."
A frase acima pertence a Ayrton Senna, piloto brasileiro da categoria F1.
Três vezes campeão mundial, revolucionou o mundo automobilistico com a sua obsessão em ser o melhor, não medindo esforços para mostrar a si mesmo do que era capaz. Alcançou o sucesso em um meio até então dominado por pilotos Norte-Americanos e europeus totalmente rudes e previsíveis, provando mais uma vez que o talento inato aliado a habilidade torna-se incomparavél, sendo impossivél equiparar-se com qualquer outro, mesmo este sendo considerado bom. Realmente ele tinha um dom e acima de tudo, coragem.
As cortinas do palco da fórmula 1 foram fechadas e ele de forma abrupta, durante o grande prêmio de San Marino, no ano de 1994, com a idade de 34 anos completos, vítima de uma falha mecânica em sua caixa de direção, levando sua Williams a colidir em meio á sétima volta violentamente contra o muro de concreto.
Morreu da maneira mais honrosa que poderia ter. Morreu fazendo o que mais gostava, contemplado pelo destino a não ser obrigado vivenciar o melancólico fim de carreira, fato que assola todos os profissionais do esporte, no geral de maneira precoce. Nada mais justo para alguém que foi e continua sendo considerado gênio, mas levou sua vida de maneira simples, sem deixar-se iludir pelos holofotes da fama. Obteve resultados incríveis, que até hoje ainda não foram superados.
Acredito que a melhor forma de definir a tragédia ocorrida em solo italiano foi dita na época pelo jornalista Roberto Cabrini, noticiando o fato da seguinte maneira: "Morreu Ayrton Senna da Silva (...) Uma notícia que a gente nunca gostaria de dar."
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"Ahh! Desde que Senna não corre mais, não é mais domingo". (Cesare Cremonini)
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"Ele é e sempre será o melhor. The best". (Tina Turner)
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"Este show é dedicado a memória de Senna, quer vocês gostem ou não". (Joey Ramone)
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" Se eu tivesse 10% do talento e da astúcia dele, poderia me considerar um bom piloto, mas como não tenho, fico contente em saber que quando parar, serei lembrado por ser seu eterno rival nas pistas, mesmo que nunca consiga superá-lo". (Nigel Mansell)
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"Estou extremamente decepcionado comigo mesmo. Novamente perdi pra ele (...) Não sei, mas acho que seu carro tem dois motores". (Alain Prost)
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"Eu já estava com a pole, por meio segundo à frente do segundo colocado, e depois um segundo. De repente, eu estava próximo de abrir dois segundos à frente dos outros, incluindo meu companheiro de equipe com o mesmo carro. Então eu percebi que eu não estava mais pilotando com consciência. Eu pilotava por instinto, me sentia numa outra dimensão. Era como se eu fosse entrar num túnel. Não apenas o túnel sob o hotel, mas todo o circuito parecia um túnel. Eu estava apenas indo e indo, mais e mais e mais (…) Eu estava acima dos limites e achava que ainda era possível buscar alguma coisa mais".
Declaração de Ayrton Senna após o treino classificatório para o GP de Mônaco realizado em 07/05/1989.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Tragicomédia

Desde sua fundação na década de sessenta, Brasilia já foi transformada em muitas coisas. Para os militares foi um bunker, para Fernando Collor picadeiro de circo, já para o alto comando dos tucanos, foi casa de varaneio e para o atual regente Lula, linha de produção de alguma metalúrgica. Em 2011, após a posse de Dilma, o paraíso verde plano do Brasil se tornará algo similar as tragicomédias encenadas na Grécia antiga, adotando a famosa política do pão e circo utilizada no império romano. Mas o que muitos não sabem é que nos bastidores deste show entrará em vigor um plano de governo totalmente primitivo, tendo como fonte de inspiração a ilha de Fidel Castro. A própria situação divulgou uma propaganda política que mostra indícios de sua verdadeira intenção, que é cortar os subsídios fornacidos ao povo com o propósito de melhor redistribuir essa verba as classes mais baixas, tendo como foco a região norte e nordeste, considerada as regiões mais pobres (ou seja, o proletário). A não privatização do pré-sal e a negativa da venda das reservas pretolíferas recém descobertas fechará muitas portas ao Brasil no quesito comercial. Agora, questiono o que vamos fazer com tanto petróleo se não vamos vendê-lo, iremos beber?
Pois é senhores, não sou simpatizante da política elitista do PSDB, muito menos da filial do greenpeace brasileira, mas ter como representante uma gaúcha que não pode nem pensar em colocar o pé na Casa Branca porque será imediatamente presa (Dilma Roussef foi condenada nos Estados Unidos pelo seqüestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick, na década de 60) é algo lamentável. Mas como em um bom espetáculo teatral, também possui o seu lado cômico, representado pela fala de Chico Buarque, que declarou apoio a Dilma porque a mesma não falaria com voz fina em Washington (como irá falar se não pode ir até lá?), porém o fato mais curioso é que desde o tempo de Tomé de Souza o Brasil elege uma representante do sexo feminino, mas continuará tendo uma primeira dama.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Artificial x Orgânico

Na tarde de 31 de outubro de 2010 estando eu ocioso em minha residência, resolvi por assistir ao filme A.I. Inteligência Artificial, exibido na T.V. aberta. Quando finalmente consegui captar a essência do longa metragem, percebi o que Steven Spielberg tinha como intenção passar aos seus telespectadores. Mesmo a personagem principal da trama ser caracterizada pelo fato de ser um robô, a mesma possuia sentimentos, o que direcionou sua existência por uma eterna busca em se tornar humano. Após uma espera milenar, o garoto David chega a conclusão de que sua busca foi em vão, mas ganha a oportunidade de poder ficar junto de sua mãe por mais um dia, mesmo ciente de que jamais voltaria a ve-lá. Se analisarmos a sua escolha, concluiremos que a sua decisão foi acertada, porque mesmo que conseguisse tornar-se humano, não seria capaz de levar uma vida junto de uma família. As vezes, a eternidade pode parecer tentadora, tanto como ser mortal pode parecer conveniente, mas o que realmente importa é adquar-se a sua realidade, vivendo da melhor maneira que achar melhor. Se a raça humana adquirisse o dom da imortalidade, o mundo tornaria-se extremamente tedioso, uma vez que chegariamos a um ponto que teriamos vivenciado de tudo, colocando um fim aos nossos sentimentos, nos privando da curiosidade pelo desconhecido, do medo, da dúvida, da esperança e tantos outros, que outrora foram tão importantes em nosso desenvolvimento, impulsionando as grandes mentes na direção das grandes descobertas, tornando o sonho em realidade, o abstrato em concreto e o finito em infinito. Como já dizia Sócrates; "Chegamos a um ponto onde acreditamos que nada nem ningúem tem um fim, mas também chegará o dia onde aprenderemos que o pra sempre, sempre acaba". E foi exatamente isso que o garoto David aprendeu ao longo de sua existência. Optou por viver intensamente um único momento, renunciando a uma eternidade melancólica.

"Após adormecer, pela primeira vez em sua vida ele foi para o lugar onde nascem os sonhos"
Sidarta Gautama, fundador do Budismo